Houve discussão entre a vítima e o PM, que sacou a arma e atirou. Segundo testemunhas, ventos fortes fizeram placa cair sobre a moto onde estava o policial e um amigo. Grupo protestou contra a morte do trabalhador durante a madrugada na Rodovia Fernão Dias.
Um funcionário que prestava serviços para a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) foi morto após uma discussão com um policial militar na noite de quinta-feira (13), em Santana, na Zona Norte da capital.
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O crime aconteceu na Avenida General Pedro Leon Schneider. Segundo testemunhas, o funcionário estava colocando faixas de sinalização no local. Por conta dos fortes ventos, reflexos do ciclone extratropical, a faixa teria se soltado e atingido a moto em que estavam o PM e um amigo.
Houve discussão entre funcionário e o PM, que sacou a arma e atirou. Alberes Fernandes de Lima, não resistiu aos ferimentos e morreu. Durante a madrugada ocorreu um protesto no local do crime.
O outro funcionário que estava com Alberes afirmou à polícia que os dois prestavam serviços de instalação de faixas para a CET. Segundo ele, após uma das faixas se desprender e quase atingir um motociclista, o condutor da moto parou, entrou em luta corporal e atirou em Alberes.
Ainda conforme a testemunha, o PM saiu do local após atirar. Um irmão de Alberes disse que ele vivia “o melhor momento da vida”, por estar “trabalhando e feliz”.
O que diz o consórcio
Em nota, o consórcio Moove-SP, empresa que presta serviço para a CET, lamentou a morte do funcinário:
” Expressamos nossa mais profunda solidariedade e condolências à família, amigos e colegas de trabalho. O Consórcio Moove-SP está acompanhando a apuração dos fatos pelas autoridades competentes e prestará todo apoio e suporte aos familiares”.
O que diz o PM?
Segundo boletim de ocorrência, o policial militar afirmou à Polícia Civil que transitava pela avenida, quando teve que fazer uma manobra brusca para desviar de uma faixa que estava sendo colocada na via, e que parou para indagar um homem que estava no alto da escada.
Contudo, ele alega que o funcionário Alberes Fernandes o agrediu com socos, pediu para ele se retirar da moto e ainda teria tentado pegar sua arma que estava na cintura.
O PM ainda afirmou, conforme o boletim de ocorrência, que “para resguardar sua integridade física conseguiu sacar a arma e efetuou um disparo”, e acionou uma viatura.
Em nota, a SSP disse que a vítima teria feito menção de estar armada e, por isso, o PM reagiu. O policial foi indiciado por homicídio e vai passar por audiência de custódia.
Protesto pela morte
Moradores do bairro protestaram contra o crime durante a madrugada e chegaram a fechar trecho da Rodovia Fernão Dias.
O protesto durou cerca de duas horas, e a pista foi liberada após policiais dispersarem os manifestantes. Os policiais usaram bombas e balas de borracha para dispersar os manifestantes. A liberação total aconteceu por volta de 1h20.
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Com informações do G1