Crise em Israel: população teme uma guerra civil após reforma do Judiciário

israel 27-07-23
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Mais da metade da pulação teme uma guerra civil e 28% da população pensam em deixar o país. 

Uma pesquisa de opinião realizada na terça-feira (25), encomendada pela rede de televisão Canal 13, mostrou que 28% dos israelenses estão considerando deixar Israel e que mais da metade da população teme que o país entre em uma guerra civil. Os dados mostraram, ainda, que a maioria dos participantes respondeu que continuaria em Israel (64%). Já 8% disseram que ainda não sabiam o que fazer.

A pesquisa foi feita depois que o Parlamento de Israel aprovou uma medida central da reforma que reduz o poder do Judiciário.

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Israel vive uma onda de protestos de rua há meses, contra a proposta de reforma judiciaria apresentada pelo governo, chefiado pelo primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu. Grande parte da população se mostrou contrária a aprovação da medida.

Altos funcionários, economistas e juízes afirmam que as alterações na lei desequilibram as forças entre os Três Poderes. Muitos médicos, por sua vez, decretarem greve, interrompendo os serviços de saúde em parte do país.

Ainda, milhares de reservistas afirmaram que não se apresentarão às convocações em protesto contra as medidas que aumentam o poder do Executivo e do Legislativo.

Efeitos da polarização

A polarização entre os conservadores, no governo apoiado pela extrema direita, e os opositores, leva 56% da população israelense a temer uma guerra civil.

E 54% dos entrevistados temem pela segurança do país, em face da batalha política em relação à reforma do Judiciário.

O que diz a ONU 

Volker Türk, alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, nesta quinta-feira (27), pediu que as autoridades de Israel “levem em conta” os opositores da reforma que se manifestam em “defesa da democracia e das liberdades fundamentais”.

“Peço aos detentores do poder que atendam aos apelos dos envolvidos nesta mobilização, pessoas que depositaram sua confiança na ideia de justiça independente”, a fim de “proteger os direitos de todos”, disse Türk em um comunicado.

O alto comissário da ONU disse que acompanha de perto a reforma e os protestos. Reiterando que as manifestações pacíficas mostram o anseio da população.

“Este amplo movimento social cresceu ao longo dos meses para defender os direitos humanos e proteger o espaço democrático e o equilíbrio constitucional tão duramente construído em Israel por décadas”, continua ele. “Isso demonstra a extensão da preocupação pública.”

A crise tem preocupado vários aliados de Israel, especialmente os Estados Unidos.

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Com informações G1

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