No entanto, minutos depois, soldados entraram ao vivo na TV estatal e leram um comunicado em que anunciavam a anulação das eleições e a dissolução de “todas as instituições da República.
“Decidimos defender a paz colocando fim ao atual regime”, disse um dos militares, em nome de um assim chamado “Comitê para a Transição e Retomada das Instituições”.
O comunicado ainda define o governo Bongo como “irresponsável e imprevisível, provocando uma contínua deterioração da coesão social”, e diz que as eleições não respeitaram critérios de “transparência”.
Durante o fim de semana, o governo havia imposto toque de recolher noturno e bloqueio da internet, gerando protestos da oposição, cujo líder, o professor Albert Ondo Ossa, acusava Bongo de fraude.
Os militares também determinaram o fechamento das fronteiras por tempo indeterminado. Bongo, cuja família governa o Gabão, país rico em petróleo, há 55 anos, foi colocado em prisão domiciliar, enquanto um de seus filhos foi detido por “traição”.
Um vídeo com data indeterminada mostra o presidente deposto sentado em uma poltrona e com semblante visivelmente preocupado.