Na edição desta semana do programa “O Imparcial na TV”, tivemos o privilégio de entrevistar Paulo Rogério, Presidente do Sindicato dos Policiais Penais do Distrito Federal (SINDPOL-DF).
Rogério compartilhou um pouco de sua infância difícil, revelando que viveu em uma usina com os pais na sua juventude. Ele destacou como a educação transformou sua vida, afirmando: “Tudo na vida de uma pessoa acontece por meio da educação. Ela é o alicerce, é a base. Tudo o que sou e onde cheguei devo primeiramente a Deus e à educação”.
A paixão pela profissão nasceu durante sua estadia na usina com seu pai, em uma colônia com 270 casas, onde testemunhou o surgimento do COTE – Curso de Operações Táticas Especiais. Ao presenciar os treinamentos do COTE na usina, seu interesse foi despertado, e ele pensou: “Eu quero ser isso quando crescer”. Paulo Rogério passou em um concurso para os fuzileiros navais.
O policial penal também compartilhou sua experiência de participação na gravação do filme “Tropa de Elite 2”.
Segurança pública
Rogério explicou que o papel dos policiais penais surgiu para fechar o ciclo da segurança pública. Destacou que é nos presídios que se encontram os grandes criminosos organizados, sublinhando a necessidade de prisões mais seguras para garantir a proteção da sociedade.
O jornalista Marcos Alexandre apresentou um dado relevante: aproximadamente 18 mil presos para cerca de 1.700 agentes penitenciários, questionando se esse número não era baixo.
Rogério respondeu: “Atualmente, operamos com 40% a menos da quantidade necessária. Os policiais penais estão trabalhando em regime de folga para complementar o efetivo que falta”.
Ressocialização
Ele enfatizou que a verdadeira ressocialização deve incluir a qualificação dos presos para que possam ter profissões dignas. Defendeu a ideia de que os presos devem trabalhar, propondo a divisão de seus salários em 25% para eles mesmos, 25% para suas famílias, 25% para indenizar o Estado e 25% para uma possível compensação à vítima. Alguns estados já adotam essa abordagem.
Regulamentação da Polícia Penal
Ao ser questionado sobre a terceirização da profissão, Rogério respondeu de forma firme: “É um retrocesso. Enquanto estivermos à frente do sindicato, lutaremos contra isso”. Acrescentou: “A iniciativa privada visa o lucro e não possui responsabilidade alguma com a segurança pública”. Também mencionou que houve duas rebeliões em Manaus e no Pará, ambas em presídios sob gestão de empresas terceirizadas. Orgulhou-se ao afirmar que o Distrito Federal não enfrenta uma rebelião há 22 anos, e que o sindicato está empenhado em evitar que isso ocorra.
Armamento da população
Quando questionado sobre sua posição em relação ao armamento da população brasileira, ele ponderou: “Da forma como estava, não havia controle. Penso que o cidadão de bem tem o direito de portar armas, desde que siga os requisitos necessários. A constituição garante isso, desde que ele atenda a todos os critérios”.
APAC
Durante a entrevista, ele falou sobre a APAC, argumentando que é uma forma de terceirização prisional que prejudica a segurança pública. Para ele, a APAC representa o Estado entregando a gestão do presídio nas mãos dos detentos, sem a presença adequada de autoridades.
Liberação das drogas
Sobre a discussão em torno do STF acerca da liberação das drogas, expressou sua opinião: “Acho uma vergonha. As drogas destroem as famílias”.
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