IPCA registra aumento de 0,26% em setembro, impulsionada mais uma vez pelo preço da gasolina

Brasilienses enfrentam até 4km de filas para abastecer em posto de combustíveis que vende gasolina a R$ 2,98 como parte do Dia da Liberdade de Impostos (DLI).
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Quem puxa os resultados de deflação do grupo é o item Alimentação no domicílio, que engloba artigos de alimentação in natura. No último mês, o recuo foi de 1,02%. Mas expandindo a análise e considerando os quatro meses de queda dos preços do grupo, o item acumula retração de 4,01% no período.

De volta ao mês de setembro, o IBGE destaca as quedas da batata-inglesa (-10,41%), da cebola (-8,08%), do ovo de galinha (-4,96%), do leite longa vida (-4,06%) e das carnes (-2,10%).

Quem freia uma redução mais acentuada dos Alimentos e bebidas é o item Alimentação fora do domicílio. No mês, a alta foi de 0,12%. Apesar de ser uma desaceleração em relação a agosto (0,22%), nos quatro meses em questão, o grupamento tem avanço de 1,01% no acumulado.

“As altas da refeição (0,13%) e do lanche (0,09%) foram menos intensas do que as observadas em agosto (de 0,18% e 0,30%, respectivamente)”, destaca o IBGE.

Serviços e monitorados

Um dos principais núcleos olhados pelo Banco Central (BC) para a condução da taxa básica de juros, a inflação de serviços teve leve aceleração no mês de setembro. A alta no mês foi de 0,5% contra 0,08% em agosto.

No acumulado de 12 meses, a inflação de serviços acumula 5,54%. Na medição anterior, eram 5,43%. A principal influência para a aceleração veio das passagens aéreas, que têm sido bastante voláteis mês a mês.

Resultado abaixo das expectativas

A mediana das expectativas do mercado financeiro apontava para uma alta de 0,33% no IPCA de setembro. O resultado surpreendeu para baixo e trouxe boas notícias sobre o comportamento dos preços, segundo analistas.

“A despeito de serviços terem acelerado no mês, os demais itens que compõem o índice mostraram um qualitativo benigno, com difusão muito baixa e as diversas medidas de núcleos bem-comportadas”, diz João Savignon, chefe de pesquisa macroeconômica da Kínitro Capital.

“Assim, as aberturas do dado de hoje reforçam a dinâmica recente da inflação no país e o plano de voo do Banco Central no ciclo de cortes de juros”, prossegue.

O índice de difusão foi de 43%, o menor desde julho de 2017. Trata-se da proporção de subitens que tiveram uma variação positiva no mês. Um índice menor significa que menos subitens tiveram variação positiva e, portanto, a alta de preços está menos espalhada.

Já Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating, destaca que o aumento de Transportes e de Saúde e cuidados pessoais (0,04%) vieram abaixo do esperado, reajustando as projeções de inflação da agência. A expectativa agora é de 4,75% para o ano, dentro da meta de inflação.

“O importante, e que foi uma surpresa muito positiva, é que serviços teve uma alta muito concentrada em passagens aéreas. É algo pontual e sem preocupação. Os bens industriais ainda estão em terreno negativo, de 0,6%. E a difusão foi muito menor que a média. Em 2022, chegou a 70%”, diz o analista.

“A inflação vem perdendo força e a estratégia do BC, ainda contracionista, permite que ela continue convergindo para a meta”, explica.

A economista-chefe da B.Side Investimentos, Helena Veronese, também afirma que os resultados permitem que o BC prossiga uma dinâmica de cortes de 0,50 ponto percentual na taxa básica de juros.

“A composição inflacionária veio muito benigna. Apesar de o cenário externo estar mais complicado, o interno continua comportado e permitindo a manutenção da estratégia por aqui”, afirma a economista.

INPC tem alta de 0,11% em setembro

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) — que é usado como referência para reajustes do salário mínimo, pois calcula a inflação para famílias com renda mais baixa — teve alta de 0,11% em setembro. Em agosto, houve alta de 0,20%.

Assim, o INPC acumula alta de 2,91% no ano e de 4,51% nos últimos 12 meses. Em setembro de 2022, a taxa foi de -0,32%.

“Os produtos alimentícios tiveram recuo de 0,74% após caírem 0,91% em agosto. Já os preços dos produtos não alimentícios subiram 0,38%, menos do que no mês anterior, quando a alta foi de 0,56%”, destaca o IBGE.

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Com informações do G1

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