O podcast “O Imparcial” recebeu a filósofa e empresária Carol Ameno, juntamente com o promoter e empresário Mauricio Trust, para um bate-papo sobre filosofia e empreendedorismo.
Momento Pós-Pandemia
O jornalista Marcos Alexandre destacou que estamos vivendo um momento pós-pandemia. Carol Ameno revelou que foi um dos piores momentos que já enfrentou na vida.
“Foi um período muito triste e tenso, pois acabamos sendo influenciados pelo coletivo e pelas dificuldades do momento que as pessoas estavam enfrentando, bem como pelos desafios empresariais. Na época, eu trabalhava na construção de um sonho, que é uma escola. Estou envolvida no ramo da educação desde os meus 17 anos, e passei por momentos extremamente delicados, chegando a perder tudo, inclusive credores.”
Carol, que possui escolas no DF, teve que se reinventar durante a pandemia. “Optei por não focar nos problemas e sim nas soluções. Durante o período da pandemia, comecei a oferecer monitorias online para ajudar os alunos a serem aprovados em concursos públicos”, afirmou.
Maurício Trust, empresário e proprietário de uma franquia de pizzarias que também trabalha com eventos, compartilhou que teve que se reinventar durante a pandemia.
Carol, formada em Direito e Filosofia, revelou no programa que sempre trabalhou desde os 14 anos, sustentando-se e sem preguiça de trabalhar.
Sobre a pandemia, Maurício afirmou; “Foi um choque para todos nós, pois não podíamos mais realizar eventos, algo que eu fazia frequentemente, como festivais gastronômicos por todo o Brasil. Com a chegada da pandemia, não pudemos mais obter alvarás para eventos, o que agravou ainda mais a situação.”
Ambos os empresários afirmaram que, quando se é empreendedor, existem grandes preocupações, como pagar os funcionários, e que o empreendedorismo não permite ficar lamentando por muito tempo, pois o tempo é um recurso valioso.
Eles também questionaram a falta de suporte governamental e a insegurança em relação ao futuro, o que dificultou a obtenção de empréstimos.
Maurício acrescentou que os empresários não receberam apoio durante a pandemia e não tinham certeza do que o futuro reservava.
Educação no Brasil
Marcos revelou os baixos índices de educação no Brasil e questionou a educadora Carol Ameno.
Marcos perguntou a Carol sobre os índices de educação que estão entre os piores do mundo. “Hoje, temos uma base educacional muito deficiente e também estamos enfrentando uma educação altamente ideológica. Como podemos melhorar a educação se não conseguimos avançar?”
Carol atribuiu a falta de reconhecimento e qualificação dos professores. “Os professores no Brasil são mal remunerados, com salários baixos e sem apoio do governo para melhorar e se especializar. Não há investimento na valorização do professor e em sua capacitação. O problema começa aí, na falta de valorização. Além disso, enfrentamos a resistência ideológica à mudança. A implementação de um novo programa educacional seria o ideal, pois insistir no mesmo conteudismo que não funciona mais não é o caminho. Muitas pessoas passaram pela pandemia sem acesso à educação, atrasando ainda mais uma educação já defasada. É importante notar que menos de 20% das crianças chegam à faculdade”, ressaltou.
Mauricio Trust complementou, apontando a falta de educação sobre empreendedorismo nas escolas: “Muitas pessoas se formam, mas não sabem como empreender. Se alguém é formado em Direito, por exemplo, terá que empreender em várias áreas, pois o empreendedorismo está presente em diversos setores.”
Marcos Alexandre enfatizou a necessidade de uma base de educação primária de qualidade.
Carol acrescentou: “As educações mais avançadas se concentram no desenvolvimento de habilidades.”
Diploma e Mercado de Trabalho
Durante a conversa, abordou-se a quantidade de pessoas que se formam, mas não conseguem emprego. Carol pontuou que as pessoas perderam o interesse em aprender e mencionou a fragilidade mental dessa geração.
“Essa geração enfrenta uma fragilidade mental devido a pais permissivos, que evitam que as crianças enfrentem desafios”, disse Carol.
Carol ainda observou que essa geração demonstra menos empatia e enfrenta menos punições físicas em comparação com gerações anteriores. “No passado, a educação era mais rígida, mas também mais rigorosa, incluindo o uso de palmatória.”
Os convidados ressaltaram que essa geração não tem mais a mesma vivência que as gerações anteriores, pois as crianças, desde cedo, têm acesso a dispositivos eletrônicos e não brincam tanto ao ar livre.
Desafio das Novas Tecnologias
“É importante que as crianças tenham contato com a tecnologia, mas também é crucial estabelecer regras e direcionar o conteúdo para elas.”
O jornalista Marcos Alexandre questionou como ambos, como empresários, enxergam a política. Maurício respondeu que sempre procura apoiar os novos líderes que estão buscando uma renovação na política, afastando-se da “velha política”. Carol afirmou que está atenta às questões que afetam diretamente o setor empresarial, mas também entende que é responsabilidade dela pagar impostos independentemente do governo.
“Muitas vezes, criaram uma visão equivocada dos empresários, como se ter dinheiro fosse errado, o que não é o caso”, destacou Maurício. Os empresários também questionaram a falta de leis que incentivem o empreendedorismo no Brasil.
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