Na entrevista conduzida pelo jornalista Marcos Alexandre, a Dra. Wanessa Ribeiro, enfermeira e especialista em ozonioterapia, que também atua como sócia-fundadora do Cer Saúde Integrativa, desmistificou diversos aspectos da prática. Em sua participação, a doutora ressaltou a importância de desafiar paradigmas na técnica, destacando a necessidade de uma abordagem inovadora e quebrando conceitos estabelecidos.
Quem pode trabalhar com a Ozonioterapia?
O jornalista Marcos Alexandre questionou qual profissional estava habilitado hoje em dia para trabalhar com o método. A doutora explicou que, de acordo com a lei vigente, profissionais da saúde, incluindo médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, dentistas, farmacêuticos, biomédicos e até mesmo médicos veterinários, desde que registrados em seus respectivos conselhos profissionais e utilizando equipamentos devidamente aprovados pela ANVISA, estão habilitados a aplicar a ozonioterapia como um complemento nos tratamentos de saúde.
A Lei foi oficializada no dia 7 de agosto de 2023, no Diário Oficial da União. A promulgação da lei (14.648/2023) concede autorização aos profissionais de saúde para administrarem a ozonioterapia como um tratamento adicional em todo o território nacional. Esta regulamentação diverge opiniões de várias instituições médicas do Brasil, como a Associação Médica Brasileira (AMB), a Academia Nacional de Medicina e o Conselho Federal de Medicina (CFM), que apontam a carência de embasamento científico para seu uso terapêutico. Outras entidades, incluindo o Conselho Federal de Farmácia, apoiam a aprovação desta lei.
“Até essa sanção presidencial, a gente tinha um limbo de quem poderia trabalhar com a ozonioterapia. Muito técnico, tecnólogo que trabalhava com estética estava trabalhando, e hoje só profissionais da saúde com nível superior”, explicou.
Wanessa também destaca o uso da ozonioterapia na odontologia. Ela relata que o uso da ozonioterapia é uma abordagem terapêutica promissora na odontologia, oferecendo inúmeros benefícios no tratamento de doenças orais. Tem se mostrado uma abordagem terapêutica segura e eficaz, com o potencial de melhorar significativamente os resultados do tratamento em odontologia, sendo capaz de matar bactérias e outros patógenos em minutos, sem danificar tecidos saudáveis ao redor. O ozônio também tem propriedades anti-inflamatórias, que ajudam a reduzir a inflamação na cavidade oral. O uso da ozonioterapia pode apresentar resultados positivos no tratamento da periodontite, auxiliando no controle da inflamação e na redução da quantidade de microorganismos presentes na cavidade oral. “É muito usado na prevenção de infecções, por exemplo, quando vai fazer canal, evitando dor e qualquer tipo de inflamação. Ele oxida, e a pessoa perde a sensação de dor”, disse.
Doenças que podem ser aplicadas
A enfermeira cita várias doenças que podem ser tratadas com o método. “A ozonioterapia é indicada como tratamento complementar para várias condições de saúde, incluindo infecções recorrentes, alívio da dor aguda e crônica, doenças neurodegenerativas, doenças autoimunes, tratamento complementar ao câncer e aceleração da cicatrização de feridas. São 365 patologias diferentes comprovadas em sua eficácia.
Resistência da comunidade científica
Wanessa atribui que existe pouco investimento na técnica. “Ninguém está financiando porque a indústria farmacêutica não vai ganhar nada.”
A Academia Nacional de Medicina já se manifestou contrária à aprovação em carta aberta, alertando que “A ozonioterapia gera um risco de ilusão em pessoas leigas, portadoras de doenças graves, como câncer, de que condutas dessa natureza possam ter efeito terapêutico”.
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