Chuvas na África Oriental causam mais de 470 mortes e afetam 1,6 milhão de pessoas

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No Quênia, as fortes chuvas resultaram em pelo menos 291 mortos, 188 feridos e 75 desaparecidos

Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), pelo menos 473 pessoas morreram e mais de 1,6 milhão foram afetadas pelas intensas chuvas e inundações que assolam diversos países da África Oriental desde meados de março. Estas informações foram divulgadas pelo Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários das Nações Unidas (Ocha).

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As tempestades causaram graves danos nas fontes de água e em outras infraestruturas, aumentando a propagação de doenças como cólera e sarampo. A situação é ainda mais crítica devido às dificuldades nos sistemas de saúde da região, já debilitados pela pandemia de Covid-19.

Países mais afetados pelas chuvas

Os países mais impactados por esta prolongada estação chuvosa, que normalmente ocorre entre março e maio, são Quênia, Tanzânia, Somália, Etiópia, Uganda e Burundi. Este ano, as chuvas foram intensificadas pelo fenômeno El Niño, uma alteração na dinâmica atmosférica causada pelo aumento da temperatura do Oceano Pacífico.

No mês passado, a Organização Meteorológica Mundial (OMM) emitiu um alerta vermelho ao anunciar que todos os principais recordes climáticos globais foram quebrados no ano passado. A organização também expressou preocupação com o aquecimento dos oceanos e a redução do gelo marinho.

De acordo com o relatório anual da agência meteorológica da ONU sobre o estado do clima global, as temperaturas médias atingiram o nível mais alto em 174 anos de documentação, ultrapassando os níveis pré-industriais em 1,45°C. Este aumento é significativo e representa uma clara evidência das mudanças climáticas em curso.

Números da tragédia na África

No Quênia, as chuvas torrenciais resultaram em pelo menos 291 mortos, 188 feridos e 75 desaparecidos. Além disso, mais de 278.380 pessoas foram obrigadas a deixar suas casas e mais de 412.760 foram afetadas pelas inundações.

Na Tanzânia, até o início de maio, 155 pessoas morreram e 126 mil foram atingidas pelas chuvas. A Autoridade Meteorológica do país emitiu um aviso sobre a possibilidade de ventos fortes, tempestades e chuvas torrenciais causadas pelo ciclone Ialy, no Oceano Índico.

Na Somália, estima-se que 225.760 pessoas tenham sido afetadas pelas chuvas, com 38.730 delas obrigadas a deixar suas casas. As inundações também causaram a perda de meios de subsistência e a destruição de pequenas empresas. Além disso, as fontes e instalações de água, saneamento e higiene foram danificadas, agravando o surto de cólera no país.

A Etiópia registrou mais de 57 mil pessoas afetadas pelas chuvas, com danos significativos nas habitações, infraestruturas públicas e terras agrícolas. Cerca de 560 mil pessoas em todo o país foram afetadas, especialmente na região fronteiriça com a Somália, onde pelo menos 51 mil pessoas foram deslocadas.

Em Uganda, mais de 52 mil pessoas foram atingidas pelas chuvas entre janeiro e abril. O país também registrou mortes, feridos e deslocamentos devido às fortes chuvas.

No Burundi, mais de 239.780 pessoas foram afetadas pelas chuvas torrenciais, com quase 37 mil deixando suas casas.

Essa situação demonstra a severidade dos impactos climáticos na África Oriental, ressaltando a necessidade urgente de ações mitigadoras e de adaptação às mudanças climáticas.

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