Com novo modelo de “notas da comunidade”, usuários poderão corrigir conteúdos, enquanto a empresa encerra parceria com verificadores externos e reestrutura políticas internas.
A Meta, empresa controladora de plataformas como Instagram, Facebook e WhatsApp, revelou mudanças significativas em suas políticas de moderação nesta terça-feira (7). A principal alteração é o encerramento do programa de verificação de fatos, que será substituído pelas chamadas “notas da comunidade”, um sistema em que os próprios usuários podem adicionar correções a conteúdos questionáveis.
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O anúncio foi feito por Mark Zuckerberg, CEO da Meta, em um vídeo onde destacou que os verificadores profissionais se tornaram “tendenciosos politicamente” e estavam prejudicando a confiança nas plataformas. Segundo ele, a nova abordagem busca reduzir censura e erros na remoção de conteúdos.
Principais mudanças
Entre as alterações apresentadas, destacam-se:
- Fim do programa de verificação de fatos: A Meta deixa de contar com parceiros externos e uma equipe interna para esta função.
- Notas da comunidade: Usuários voluntários poderão sugerir correções a publicações, que serão avaliadas por outros membros da plataforma. Este sistema é semelhante ao utilizado pelo X (antigo Twitter).
- Foco em violações legais e de alta gravidade: Casos menos graves dependerão de denúncias de usuários antes de qualquer ação da plataforma.
- Recomendações de conteúdo político: Instagram e Facebook voltarão a sugerir mais publicações relacionadas a temas políticos.
- Reestruturação interna: A equipe de confiança e moderação da Meta será transferida da Califórnia para o Texas, nos Estados Unidos.
Repercussão e implicações
Zuckerberg defendeu a mudança como uma medida para reduzir o número de conteúdos removidos erroneamente e diminuir censuras desnecessárias. Ele afirmou que, com o novo sistema, será possível evitar a exclusão de opiniões divergentes.
No entanto, o anúncio gerou críticas internacionais. Governos europeus e latino-americanos foram mencionados de forma negativa pelo CEO, que classificou suas leis como promotoras de censura. Ele também citou “tribunais secretos” em países da América Latina, o que foi interpretado como uma referência ao Supremo Tribunal Federal (STF) brasileiro.
Alinhamento político e nova direção
Zuckerberg também anunciou mudanças estratégicas relacionadas à política global, destacando uma colaboração mais próxima com o futuro governo de Donald Trump, que assumirá a presidência dos Estados Unidos em janeiro de 2025. Ele afirmou que trabalhará com o governo norte-americano para combater legislações que, segundo ele, dificultam inovações digitais.
Além disso, a Meta anunciou alterações em suas políticas contra discursos de ódio, permitindo associações entre orientações sexuais e doenças mentais, o que gerou polêmica.
Contexto global
A transição para as “notas da comunidade” foi comparada ao modelo do X, plataforma que implementou o recurso em 2021 e expandiu em 2022. Na Meta, a ferramenta será introduzida inicialmente nos Estados Unidos e Reino Unido, sem previsão de chegada ao Brasil.
Especialistas avaliam que as mudanças podem impactar a confiança nas plataformas, ampliando a influência dos usuários na moderação de conteúdos, mas levantam dúvidas sobre a eficácia em combater desinformação e abusos.
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