Investigação da Polícia Federal aponta que o ex-presidente planejou e articulou uma ofensiva para se manter no poder após derrota nas eleições de 2022. Documento revela que a tentativa de golpe só não ocorreu por resistência de militares.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou nesta terça-feira (18) o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa. A denúncia foi enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF) após análise de um inquérito da Polícia Federal (PF) com mais de 884 páginas, que resultou no indiciamento de 34 pessoas.
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Segundo o procurador-geral da República, Paulo Gonet, as investigações demonstram que Bolsonaro liderou um grupo que atuou para impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e convocar novas eleições. O plano incluía um decreto para intervenção no Poder Judiciário, conhecido como “minuta do golpe”, que teria sido redigido e ajustado pelo ex-presidente.
A PF concluiu que a tentativa de golpe só não foi concretizada devido a “circunstâncias alheias à vontade” de Bolsonaro. Entre os fatores que frustraram a ação, está a resistência de altos comandos militares, como o então tenente-brigadeiro Baptista Junior, da Aeronáutica, e o general Freire Gomes, do Exército.
O inquérito também revelou que, no dia 9 de dezembro de 2022, Bolsonaro teria se reunido com o então comandante do Exército, general Estevam Cals Theófilo, para buscar apoio militar para consumar a ruptura democrática.
Agora, com a denúncia da PGR, Bolsonaro pode se tornar réu no STF. Caso condenado, ele pode enfrentar penas severas, incluindo prisão. O caso marca um dos capítulos mais graves da história política recente do Brasil.
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