Delação de Mauro Cid revela divisão entre filhos de Bolsonaro: Flávio contra e Eduardo a favor do golpe

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Flávio era contra, enquanto Eduardo e Michelle apoiavam intervenção militar, segundo depoimento

A delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, revelou que os filhos do ex-presidente divergiam sobre a reação adequada após a derrota nas eleições de 2022. O senador Flávio Bolsonaro aconselhava seu pai a aceitar o resultado e liderar a oposição, enquanto o deputado Eduardo Bolsonaro fazia parte de um grupo mais radical que defendia a intervenção militar para manter Bolsonaro no poder. Esse grupo acreditava que, ao emitir uma ordem, o então presidente contaria com o apoio popular e de grupos armados civis, os CACs (Colecionadores, Atiradores Desportivos e Caçadores).

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Além de Eduardo, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro também estava alinhada ao grupo que defendia um golpe. A delação de Mauro Cid detalha a formação de três grupos distintos que aconselhavam Jair Bolsonaro:

  1. Grupo Conservador: Defendia que Bolsonaro reconhecesse a derrota e assumisse a liderança da oposição. Faziam parte desse grupo:
    • Flávio Bolsonaro (Senador);
    • Ciro Nogueira (Ministro da Casa Civil à época);
    • Bruno Bianco (Advogado-Geral da União);
    • Brigadeiro Baptista Júnior (Comandante da Aeronáutica).
  2. Grupo Moderado: Reconhecia possíveis abusos institucionais, mas considerava que não havia o que ser feito diante do resultado eleitoral. Entre os membros estavam:
    • General Freire Gomes (Comandante do Exército);
    • General Paulo Sérgio Nogueira (Ministro da Defesa);
    • General Júlio César de Arruda (Departamento de Engenharia e Construção);
    • General Estevam Theófilo (Comando de Operações Terrestres).
  3. Grupo Radical: Dividido em duas alas:
    • Menos Radical: Buscava evidências de fraude nas urnas para contestar o resultado. Faziam parte:
      • General Eduardo Pazuello;
      • Valdemar Costa Neto (presidente do PL);
      • Major Denicoli;
      • Senador Luiz Carlos Heinze.
    • Mais Radical: Defendia a intervenção militar e a permanência de Bolsonaro no poder. Nomes ligados a essa ala:
      • Eduardo Bolsonaro;
      • Michelle Bolsonaro;
      • Felipe Martins (assessor internacional);
      • Onyx Lorenzoni (ex-ministro);
      • Senador Jorge Seif;
      • Gilson Machado (ex-ministro do Turismo);
      • Senador Magno Malta;
      • General Mario Fernandes.

Essas informações foram divulgadas após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), levantar o sigilo da delação de Mauro Cid, um dia depois da Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciar Jair Bolsonaro e outros 33 indivíduos por tentativa de golpe de Estado.

Em resposta às acusações, Michelle Bolsonaro ironizou as alegações em suas redes sociais, enquanto Eduardo Bolsonaro não se manifestou publicamente. O caso segue em análise pelo STF, e novos desdobramentos são aguardados.

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