Governador de Goiás disse ainda que não vê eleições sem Lula
O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), afirmou que disputará a presidência em 2026, independentemente das circunstâncias, mesmo que tenha que enfrentar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e com uma parte de seu partido, o União Brasil, alinhada com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Em entrevista ao Valor Econômico, Caiado destacou: “Os defensores de uma candidatura exclusivamente no campo da direita deveriam se preocupar em colocar na pauta a mudança do sistema de dois turnos”. Ele também reforçou que não acredita em uma corrida eleitoral sem a participação de Lula. “Dizer que ele não será candidato para evitar o risco de uma derrota no fim de sua carreira política é uma bobagem. Ele é candidatíssimo e disputará, mesmo com 80% de rejeição. A vaidade é o pecado de que o diabo mais gosta”, afirmou.
O governador, no entanto, acredita que o presidente Lula não conseguirá recuperar sua popularidade, que vem caindo nos últimos meses. “Ele já não tem mais tempo para se reerguer. Quando se entra em crise no início do terceiro ano de governo, não há mais como voltar a decolar”, completou.
Caiado está planejando um evento de lançamento de sua pré-candidatura para o início do próximo mês, em Salvador. No entanto, o governador de Goiás enfrenta a inelegibilidade, determinada pela juíza eleitoral Maria Umbelina Zorzetti, devido à sua condenação por usar o Palácio das Esmeraldas para promover jantares e pedidos de votos para o prefeito de Goiânia, Sandro Mabel (União Brasil).
O governador reconheceu que a divulgação dessa notícia pode prejudicá-lo: “É lógico que a disseminação de uma notícia dessas não deixa de ser prejudicial a mim”, afirmou. Para ele, uma das suas principais prioridades é a criação de um novo arranjo institucional entre o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.
Em estados como Rio de Janeiro e Bahia, onde Caiado também lançará sua candidatura, o União Brasil continua aliado do PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, que também está inelegível. Caiado acredita que um projeto de lei de anistia que possibilite a candidatura de Bolsonaro em 2026 é viável. “Se pautada no Congresso, essa matéria tem ampla maioria para ser aprovada”, disse. Ele completou: “É difícil resistir a um sentimento construído por uma ampla maioria. Não se pode ficar engavetando esses temas. Qual seria a explicação dos presidentes da Câmara e do Senado para não pautarem?”, concluiu Caiado.
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