Ações de conscientização e punições mais rígidas diminuem trotes e melhoram a resposta do serviço; em 2024, o índice de chamadas falsas caiu para 0,96%, o menor em quase duas décadas de operação.
Fazer trotes para serviços de emergência é um comportamento que pode colocar vidas em risco, ao impedir que o socorro chegue a quem realmente precisa. No Distrito Federal, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu 192) tem registrado uma redução consistente nesse tipo de ocorrência. Em 2024, o índice de chamadas falsas atingiu o menor patamar em 19 anos de operação, representando apenas 0,96% do total.
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Os números revelam uma trajetória de queda contínua. Em 2019, os trotes correspondiam a 5,99% das ligações recebidas. Esse percentual caiu para 3,36% em 2020, 2,53% em 2021, 2,07% em 2022 e 1,55% em 2023, até atingir menos de 1% no ano passado. Das 765.029 chamadas registradas em 2024, cerca de 7,3 mil foram trotes.
“O nosso foco é eliminar completamente esse tipo de ocorrência, para que os recursos do Samu 192 estejam sempre disponíveis com agilidade e eficácia. Lidamos com situações que vão de quadros leves a casos extremamente graves, em que cada minuto pode ser determinante para salvar uma vida”, afirma Victor Arimatea, diretor do Samu-DF.
Educação como ferramenta de prevenção
A queda nos trotes é atribuída a um esforço contínuo de conscientização, que inclui ações educativas e atividades nas escolas. Um dos pilares dessa estratégia é o projeto Samuzinho, que leva profissionais de saúde às instituições de ensino para conversar com crianças e adolescentes sobre o papel do Samu e os prejuízos causados por ligações falsas. As visitas incluem palestras, atividades lúdicas e noções básicas de primeiros socorros.
“Cada chamada indevida tira uma equipe de uma situação real de urgência. Por isso, acreditamos que a educação é o caminho para reduzir a zero esse tipo de atitude e conscientizar a população sobre o uso responsável do serviço”, reforça Arimatea.
Medidas legais fortalecem combate aos trotes
Além das campanhas educativas, o Governo do Distrito Federal adotou medidas legais para desestimular trotes. Em 2023, foi instituído o Decreto nº 44.427, que estabelece sanções para quem acionar indevidamente os serviços de emergência. As multas variam de um a três salários mínimos, responsabilizando quem interfere no atendimento à população.
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Estrutura e capacidade de atendimento
Atualmente, o Samu-DF conta com aproximadamente 720 profissionais, entre médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, condutores socorristas, psicólogos, assistentes sociais, atendentes e pilotos. Entre 2019 e 2024, mais de 255 mil pacientes foram atendidos na capital federal, por meio de ambulâncias, motolâncias e aeronaves, o que equivale a uma média de 175 atendimentos por dia.
A estrutura inclui 37 unidades móveis operacionais, sendo 30 de suporte básico (USB) e sete de suporte avançado (USA). A frota conta com 56 ambulâncias, incluindo os veículos de reserva técnica, garantindo cobertura contínua e resposta rápida às emergências.
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