Medida do ex-presidente eleva temores de inflação e desabastecimento; estimativa aponta custo adicional de US$ 3,1 trilhões para consumidores nos próximos 10 anos
A iminente entrada em vigor de novas tarifas de importação nos Estados Unidos, implementadas pelo ex-presidente Donald Trump, está levando consumidores a lotarem supermercados e lojas para estocar alimentos e itens essenciais. A medida, que passou a valer nesta segunda-feira (8), reacendeu o temor de inflação e escassez no mercado interno, semelhante ao cenário observado durante a pandemia de COVID-19.
Veja também
Trump dá ultimato à China e ameaça tarifa de 50% sobre importações
Entre os que já começaram a se preparar está Thomas Jennings, de 53 anos, que passou a comprar em dobro produtos como feijão, enlatados e farinha. “Prefiro prevenir agora do que pagar mais caro ou não encontrar depois”, disse. Outro exemplo é Angelo Barrio, de 55 anos, que iniciou seu estoque em novembro, preocupado com a alta nos preços. “Os custos certamente vão bater na prateleira”, afirma.
A Tax Foundation, organização apartidária de pesquisa fiscal, estima que as novas tarifas devem gerar um impacto de US$ 3,1 trilhões ao longo da próxima década. Só em 2025, cada família norte-americana deve pagar, em média, US$ 2.100 a mais em impostos indiretos.
Segundo Manish Kapoor, fundador da empresa de logística GCG, as medidas já pressionam a cadeia de suprimentos e aumentam os riscos de interrupções. “Estamos vendo os sinais de pânico no consumo novamente, como vimos no auge da pandemia”, analisa.
Além disso, Trump ameaçou impor uma tarifa adicional de 50% sobre produtos chineses caso o governo de Pequim mantenha suas tarifas retaliatórias. A escalada na guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo amplia as incertezas econômicas e pressiona ainda mais os consumidores norte-americanos.
Enquanto isso, redes de varejo se preparam para uma nova onda de demanda e estudam formas de gerenciar os estoques diante do possível encarecimento e dificuldade de reposição de produtos importados.
Mais sobre Notícia Internacional acesse Imparcial internacional