Ex-presidente recebe notificação do STF enquanto se recupera de cirurgia; defesa critica “invasão” do hospital e fala em “violação da dignidade”.
Em um episódio que mistura drama pessoal e tensão política, o ex-presidente Jair Bolsonaro foi intimado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) dentro da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital DF Star, onde está internado desde o dia 13 de abril. A notificação, que formaliza uma ação penal por suposta tentativa de golpe de Estado, chegou um dia depois de Bolsonaro transmitir uma live direto do quarto do hospital – um movimento que, ironicamente, acelerou a decisão da Justiça.
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O que levou à intimação na UTI?
O STF já havia notificado outros investigados no caso, mas adiou a intimação de Bolsonaro devido à sua frágil condição de saúde após uma cirurgia de 12 horas no intestino. A situação mudou na terça-feira (22), quando o ex-presidente apareceu em uma transmissão ao vivo promovendo um capacete de grafeno vendido por uma empresa da família.
A live, que incluía até um sorteio com referências irônicas às urnas eletrônicas, convenceu o STF de que Bolsonaro estava em condições de ser notificado. Na quarta (23), uma oficial de Justiça foi até o hospital e entregou o documento, dando cinco dias para apresentação de defesa.
“Tribunais de Hitler”: o confronto na UTI
A cena dentro do hospital foi tensa. Bolsonaro, ainda debilitado, questionou a legalidade da intimação e chegou a comparar a situação com “tribunais de Hitler”, segundo relatos. Sua defesa classificou a ação como “invasiva” e desnecessariamente urgente, argumentando que poderia ter esperado sua alta médica.
Já o Sindicato dos Oficiais de Justiça Federais (SINDOJAF) repudiou a divulgação de um vídeo não autorizado da intimação, alegando que expôs indevidamente a servidora responsável pelo ato.
E agora?
Com a notificação, o processo entra em nova fase: Bolsonaro e sua equipe jurídica terão que apresentar defesas, testemunhas e provas. O relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, decidirá se julgará sozinho ou levará o caso para a Primeira Turma do STF.
Enquanto isso, o ex-presidente permanece na UTI, sem previsão de alta, mas com quadro estável. O episódio reacende debates sobre os limites entre Justiça e direitos individuais – e como a política brasileira segue movida por gestos que viram símbolos de um país dividido.
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Com Informações do Correio Braziliense