Sérgio Izalci, Presidente do PSDB-DF, abre o jogo sobre a ruptura com Geraldo Alckmin e as feridas internas do Partido

No Programa Imparcial na TV, o jornalista Marcos Alexandre recebeu o presidente do PSDB do Distrito Federal, Sérgio Izalci que falou com exclusividade no Programa sobre política, polêmicas do partido e relação som seu pai, senador Izalci Lucas
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Nascido em Brasília e apaixonado por política, Izalci falou com exclusividade no Programa Imparcialna TV,  Filho do senador Izalci Lucas, Sérgio, foi eleito presidente do PSDB-DF em outubro do ano passado, natural de Brasília, ele iniciou sua jornada profissional no escritório de contabilidade da família, onde, seguindo os conselhos de seu pai, aprendeu os meandros da profissão começando do zero. “Meu pai sempre dizia: ‘Comece de baixo e aprenda do chão de fábrica até a parte de cima'”, revelou.

Lembrando seus primeiros dias, Sérgio descreveu o início humilde, montando livros contábeis, furando e colando, uma experiência que se revelou fundamental em sua formação. Com orgulho, ele afirmou: “Hoje sou contador, com muito orgulho, atuando no escritório familiar que tem mais de 45 anos de história aqui no Distrito Federal. Estamos envolvidos não apenas no mercado da Educação, com escolas particulares, mas também na esfera partidária, colaborando com diversos partidos a nível nacional.”

Marcos questionou se o presidente que hoje está na políticas de fato amava a politica de verdade ou se teria seguido o caminho apenas por influencia do seu pai, Sérgio esclareceu sobre a importância de diferenciar a boa política.  “Eu gosto da política, mas com algumas ressalvas. Acompanhei meu pai na política desde os meus 8 anos, e sempre foi marcante ver os resultados positivos da boa política. Estamos acostumados a ouvir muitas notícias ruins sobre a política, mas quando você está dentro, percebe que ela desempenha um papel fundamental na sociedade, capaz de transformar vidas para o bem ou para o mal.”

Durante a conversa, ele destacou iniciativas positivas lideradas por seu pai, como a criação do Cheque Educação no Distrito Federal. “Meu pai, à frente do sindicato das escolas, criou o Cheque Educação, beneficiando quase 100.000 pessoas. Isso proporcionou oportunidades de educação de qualidade, com bolsas de 50 a 60% nas escolas, utilizando vagas ociosas. Ele uniu os donos de escolas, incentivando-os a cederem essas vagas com descontos significativos, transformando isso em uma forma de lucro para eles.”

O Cheque Educação foi uma iniciativa que atingiu tanto o ensino básico quanto o superior, facilitando o acesso à educação para aqueles que enfrentavam desafios financeiros.

Educação no Brasil

o jornalista Marcos Alexandre apontou para a falta de modernização no sistema educacional e questionou Izalci sobre como deveria ser esse novo formato de educação.

Sérgio Izalci respondeu enfatizando a necessidade de incorporar tecnologia e oferecer formação adequada aos professores. Ele destacou o descompasso entre a urgência de adaptação ao cenário tecnológico atual e a realidade do ensino brasileiro. “A educação hoje está muito desconexa. Precisamos trazer mais para a realidade, para aprender com os jovens, porque do jeito que está, teremos muita dificuldade. Precisamos sair do discurso e ir para a prática e para o recurso, porque as pessoas costumam fazer muito discurso, mas quando se trata de recurso para educação e tecnologia, aí já existem vários problemas.”

Ao abordar as iniciativas do PSDB do Distrito Federal, Izalci mencionou a intenção de levar cursos profissionalizantes para algumas cidades em 2024. Ele salientou a importância de alinhar a educação com as demandas do mercado de trabalho, especialmente nas áreas de tecnologia, programação e edição de vídeo. “Precisamos trazer tecnologia e formar os professores para se prepararem para esse novo momento, que é tecnológico.”

Ao discutir a questão do novo Ensino Médio, ele apontou: “Está no papel, mas na prática ainda não está acontecendo em todo o Brasil, voltou a ser pautado por esse novo governo. Fica sempre nessa discussão ideológica e esquece de colocar a educação como prioridade na prática.”

PSDB e eleições Presidenciais 

O presidente considera que o partido cometeu um “erro” ao não lançar candidato à Presidência da República nas últimas eleições. Ele reconheceu a falha do partido ao não lançar um candidato à Presidência na última eleição. “Acho que foi um grande erro do PSDB não ter lançado candidatura, um dos grandes erros nessa última eleição. Desde a eleição de Geraldo Alckmin, que conseguiu trazer vários partidos para seu apoio, mesmo assim teve uma votação baixíssima. Bolsonaro foi para o segundo turno com uma votação estrondosa, ganhando de forma disparada.”

Sérgio analisou o contexto político, mencionando o descontentamento da sociedade após um período de governo do PT marcado por escândalos de corrupção. Ele apontou que o PSDB deveria ter adotado uma postura mais firme naquele momento, apesar de ter sido fundamental no impeachment de Dilma. No entanto, observou que Bolsonaro se destacou por sua agressividade, captando a insatisfação generalizada: “As pessoas estavam com tanta vontade de tirar o PT do poder que aquele discurso do impeachment da Dilma, por incrível que pareça, foi ruim para o PSDB também. Abrimos um vacuo muito grande, dando espaço para outros ocuparem.”

Ele explicou que, ao concentrar esforços na oposição ao PT, o PSDB acabou permitindo que outros atores políticos ocupassem o vácuo deixado pela fragilização do governo Dilma.

Geraldo Alckmin seria um traidor do partido? 

Izalci destacou a força do discurso de Alckmin, que sempre foi contundente e apontava o dedo, considerando que sua aproximação com o Lula não condizia com sua postura anterior. Ele enfatizou sua discordância, percebendo que Alckmin teria cometido um equívoco nessa situação. “Ele é uma pessoa muito seriamente capacitada e tem um perfil maravilhoso. No entanto, quando perdeu uma eleição, foi muito ruim para ele. Ficou sem muita expectativa política, e surgiu essa oportunidade quando o Lula o encontrou. Ele saiu do PSDB, o que nesse ponto eu condeno. Acho que, considerando toda a trajetória e falas dele ao longo da carreira política, referindo-se ao Lula e ao PT, se comprometer com eles nesse momento foi algo que não combinou muito com o perfil dele. Discordo e acredito que ele pisou na bola”, relatou. 

Ao abordar as disputas internas no PSDB, Izalci reconheceu que essas brigas fragilizaram o partido. Ele mencionou que o PSDB enfrentou uma oposição ao governo Bolsonaro, sendo posicionado como um partido de esquerda, mesmo com uma ala anti-PT, representada, por exemplo, por senadores como seu pai Izalci, em Brasília, que sempre foi referência de oposição ao PT. A sigla, conforme a visão de Izalci, ficou em um limbo, influenciada por conflitos internos e pela complexidade da cena política nacional.

Assista o programa completo;

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