Autoridades investigam desaparecimento de fontes de Césio-137 em Minas Gerais

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1) O que é o Césio-137?

“O Césio-137 é um elemento químico radioativo, geralmente emite radiações altamente energéticas. Uma vez que ele é manipulado de forma equivocada pode gerar câncer, em uma exposição mais aguda pode causar queimaduras superficiais, inclusive também pode causar efeitos neurológicos. Vai depender da quantidade de radiação que você vai interagir”, disse o professor de engenharia química da UNIBH, Artur Granato.

2) O que são os equipamentos que desapareceram?

Segundo a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEM), as fontes furtadas são de Césio-137, confeccionadas em material cerâmico. Elas são duplamente encapsuladas com aço inoxidável e blindadas externamente em aço inox, resistente ao impacto. Com atividade individual de 5 MCI (meios de contraste iodado), elas compunham equipamentos medidores de densidade. Assim, a classificação de risco é 5, o que é considerado baixo risco.

3) Para que são usadas essas fontes radioativas?

“As fontes radioativas são utilizadas em várias aplicações no nosso país e no mundo, a mais conhecida é a área médica. Mas as fontes radioativas também são usadas na indústria do petróleo, em fábricas de cimentos e também em mineradoras. Então quando os minérios passam por uma determinada tubulação, a empresa necessita avaliar qual a densidade do material que está passando por esse tubo por uma questão de controle de qualidade e nesse caso são utilizadas fontes radioativas. Nós temos no país cerca de 3 mil instalações que utilizam fontes radioativas”, explicou o diretor de radioproteção e segurança da Comissão Nacional de Energia Nuclear, Alessandro Facure.

4) Quais os riscos dessas fontes para a população?

“Essas fontes radioativas eram usadas para medir a densidade de minérios dessa indústria que opera em Nazareno. Essas fontes são constituídas de um material cerâmico e, portanto, não têm uma característica de dispersibilidade, ao contrário da fonte envolvida no acidente de Goiânia, ela não é dispersível. Além disso, a intensidade dessa fonte, a atividade dela é cerca de 300 mil vezes inferior àquela fonte do acidente de Goiânia. Portanto, não existe um acidente radiológico em curso e nem existirá em decorrência da perda dessas fontes”, disse o representante da CNEM.

5) As fontes podem trazer riscos se forem manuseadas de forma inadequada?

“Por se tratar de um produto radioativo, caso alguém consiga retirar o invólucro da fonte, essa parte metálica que envolve a fonte e permaneça em contato direto com ela por um período prolongado, como semanas ou até meses, essa pessoa pode sim desenvolver um dano à sua saúde”, disse Alessandro Facure.

6) O que fazer caso essas fontes forem encontradas?

“É importante alertar as pessoas que por ventura venham a encontrar esse material, caso alguém venha a encontrar esse material abandonado ou tenha notícias de onde ele possa estar armazenado, é importante comunicar imediatamente a própria CNEM ou as autoridades policiais competentes para que se possa evitar esse tipo de manipulação indevida e um provável dano à saúde pelo contato prolongado”, disse o representante da Cnem.

Tragédia em 1987 em Goiânia

O maior acidente radiológico do mundo começou quando, no dia 13 de setembro de 1987, dois catadores de recicláveis acharam um aparelho de radioterapia abandonado, desmontaram e o venderam a um ferro-velho de Goiânia. Eles não tinham noção de que se tratava do césio-137.

Altamente radioativo, o pó de coloração azul, que ficava no equipamento, causou quatro mortes e contaminou, pelo menos, 249 pessoas.

No âmbito radioativo, o acidente foi o 2° maior da história, atrás apenas do acidente na usina nuclear de Chernobyl, em 1986, na Ucrânia.

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Com informações do G1

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