Banco Central eleva projeção e estima crescimento do PIB em 2,9% para este ano

Edifício Sede do  Banco Central em Brasília
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Elevação da projeção de crescimento do PIB pelo Banco Central reflete desempenho econômico surpreendente

O crescimento econômico surpreendentemente robusto do Brasil durante os primeiros dois trimestres levou o Banco Central a elevar sua projeção para o aumento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano de 2% para 2,9%, conforme indicado no Relatório Trimestral de Inflação divulgado nesta quinta-feira (28).

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“A revisão decorre da elevada surpresa positiva no segundo trimestre e, em menor medida, de previsões ligeiramente mais favoráveis para a evolução da indústria, de serviços e do consumo das famílias no segundo semestre”, afirmou o documento.

Sob a perspectiva da oferta, o Banco Central destacou que a revisão positiva reflete, principalmente, o aumento das projeções para o setor agropecuário, de 10% para 13%, impulsionado por melhores previsões para a colheita de soja, milho e cana-de-açúcar, além do aumento do abate de animais no primeiro semestre, que superou as expectativas. No entanto, prevê-se uma desaceleração no setor ao longo do segundo semestre.

O documento observa que, apesar da contribuição muito positiva da agropecuária para o PIB anual, o setor provavelmente terá um impacto negativo nas variações trimestrais do PIB durante o segundo semestre, principalmente no terceiro trimestre, devido à maior parte da colheita dos produtos de maior crescimento anual ocorrer na primeira metade do ano.

Para a indústria, a previsão foi revisada de 0,7% para 2%, com melhorias nas perspectivas para o setor de construção. No caso dos serviços, que representam 70% da produção nacional, a projeção de crescimento foi revisada de 1,6% para 2,1%, com melhorias nas expectativas para todas as atividades, exceto o comércio, que ainda é bastante influenciado pelo desempenho da indústria de transformação.

Além disso, a projeção para o crescimento das exportações em 2023 foi revisada de 3,7% para 6,7%, impulsionada por prognósticos mais favoráveis para o embarque de produtos agropecuários e da indústria extrativa. A previsão para as importações permaneceu estável em relação a 2022.

Para o ano de 2024, é projetado um crescimento de 1,8% na economia nacional, levando em consideração os avanços esperados na agropecuária (+1,5%), na indústria (+2%) e nos serviços (+1,8%). O documento observa que a alta base de comparação de 2023, um ano de safra recorde de grãos, contribui para a expectativa de crescimento mais moderado na agropecuária em 2024.

A revisão do Banco Central também considera um aumento nas previsões para o consumo das famílias e do governo, bem como uma redução na estimativa para o desempenho da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF). O crescimento dos rendimentos do trabalho e dos benefícios sociais no segundo trimestre, juntamente com a queda na taxa de poupança dos consumidores, são citados como fatores que impulsionaram essa revisão.

No entanto, o Banco Central espera uma moderação no ritmo de crescimento da renda das famílias nos próximos meses, com uma menor contribuição dos benefícios sociais. Ao mesmo tempo, a instituição monitora cuidadosamente o aumento dos pagamentos líquidos das famílias às instituições financeiras e os níveis de endividamento.

“Diante desse cenário, espera-se que o consumo das famílias continue avançando no segundo semestre, porém em um ritmo menor do que o observado no primeiro”, conclui o Banco Central.

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