Os dados eram usados para cometer fraudes eletrônicas, elaborar dossiês contra autoridades públicas e violar a intimidade dos cidadãos.
A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) prendeu nesta terça-feira (20/6) dois hackers investigados por venderem na internet informações sigilosas. A polícia considera este um dos maiores vazamento de dados da história do país. A perícia comprovou dados do Governador do DF, de parlamentares da Câmara Legislativa do DF e da esfera federal, de Ministros do Supremo Tribunal Federal e de outras autoridades da república .
Os agentes também cumpriram mandados de busca e apreensão, bloqueio de contas bancárias e criptomoedas, derrubada de websites e inversão de servidores.
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Com apoio da Polícia Civil de Goiás, os mandados foram cumpridos em Ceilândia e em Rio Verde (GO). As investigações duraram cerca de um ano. E por meio dos mandados, a policia busca a origem dos vazamentos e como os autores estavam tendo acesso a esses dados.
Os hackers foram presos pelos crimes de divulgação de segredo, invasão de dispositivo informático, organização criminosa, lavagem de dinheiro, com penas somadas que ultrapassam os 20 anos de reclusão.
“Nosso objetivo, além da prisão desses criminosos, é alertar aos demais órgãos de controle e forças policiais sobre esse fenômeno criminal, de forma a potencializar a repressão”, destaca o delegado-chefe da 9ªDP, Erick Sallum.
A investigação também obteve os logs dos usuários que haviam comprado acesso a um “painel de consulta”, onde eram vendidos os dados. Essas pessoas também serão investigadas. Além deste painel, foram mapeados outros no mesmo padrão que também estão sob investigação.
Início das Investigações
Em operações interestaduais para combater golpes eletrônicos, a 9ª DP notou um ponto em comum. Diversas vítimas afirmavam que criminosos, ao ligarem para elas, tinham detalhes precisos da vida privada e dos dados pessoais delas.
A polícia passou a investigar como os golpistas levantavam esses dados pessoais, selecionavam as vítimas por faixa etária, classe social e endereço, sabiam nomes completos, celulares de parentes e todo o histórico de vida das vítimas.
A PCDF descobriu que essas informações eram comercializadas na darknet, por meio da compra de acesso aos chamados “painéis de consulta”.
Venda dos dados
Nas investigações, os policiais se infiltraram em grupos criminosos do Telegram e conseguiram comprar o acesso a um desses “painéis” denominado “Painel Analytics”. Os pacotes de acesso eram vendidos por 7, 15 ou 30 dias, e custavam respectivamente R$ 150, R$ 200 e R$ 350. Perícias feitas neste website apontaram que praticamente toda a população brasileira encontrava-se exposta.
Dados de 200 milhões de CPFs…
Dados como número de celular, endereço residencial, e-mail, fotos, assinatura digitalizada, cópia da CNH com número de segurança, automóveis, armas registradas, empresas registradas, boletins de ocorrência, mandados de prisão… dados esses vinculados a cerca de 200 milhões de CPFs. Além de endereços, pesquisa de vizinhos, dados de parentes, score em instituições financeiras e muitas outras informações.
Esses painéis são a fonte de informações dos criminosos. E com esses dados as vítimas são selecionadas.
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*Com informações Correioweb