Família Suspeita de Falhas no Atendimento Médico e Caso é Investigado como Homicídio Culposo
Uma mulher de 42 anos faleceu, de dengue, na última segunda-feira (12), após ter sido atendida na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Brazlândia, no Distrito Federal. A família de Cíntia Maria Dourado Mendes registrou um boletim de ocorrência e o caso está sob investigação como homicídio culposo – sem a intenção de matar.
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Conforme o relato familiar, no domingo (11), a mulher foi diagnosticada com dengue em uma tenda de acolhimento. Com a piora dos sintomas, ela foi levada para a UPA, onde apresentou fortes dores, desmaios, inchaço no corpo, vômitos e diarreia. Após receber soro e medicamentos, ela foi liberada, mas retornou à unidade pouco tempo depois, pois os desmaios persistiram.
O IgesDF, responsável pela administração da UPA de Brazlândia, informou em comunicado que continuará “monitorando de perto as informações sobre este caso” e que a mulher “recebeu tratamento apropriado”.
Segundo o marido da vítima, ao chegar na UPA, a mulher foi colocada em uma cadeira de rodas. No entanto, ao ser conduzida para dentro da unidade, acabou caindo e batendo com a cabeça no chão.
A 18ª Delegacia de Polícia, em Brazlândia, está conduzindo a investigação.
‘Cíntia deixa dois filhos – uma jovem de 24 anos e um adolescente de 14. Além disso, uma neta de 2 anos e o marido, com quem era casada há 24 anos, também sofrem com sua perda.’
O marido de Cíntia relatou ter alertado a equipe médica de que o caso de sua esposa poderia ser de dengue hemorrágica, uma forma mais grave da doença. “O desmaio, a falta de ar, não são normais”, disse Fabiano Vieira Mendes.
Dores, inchaço e desmaios: De acordo com a família, esta foi a segunda vez que Cíntia, de 42 anos, contraiu dengue, sendo a primeira há alguns anos. No dia 11 de fevereiro, um dia antes de sua morte, ela experimentou fortes dores, inchaço no corpo, vômitos, diarreia, além de desmaios constantes.
Na UPA, o enfermeiro que realizou a triagem teria informado ao marido da vítima que os sintomas eram comuns e poderiam persistir por até 14 dias. Após receber soro e medicamentos, ela foi liberada. No entanto, em casa, os desmaios aumentaram.
Ela foi levada novamente para a UPA, onde foi recebida pelo mesmo enfermeiro que a atendeu na triagem do dia anterior. Foi colocada em uma cadeira de rodas e, segundo relato do marido, ao subir a rampa do meio-fio, a cadeira tombou com ela, que bateu com a cabeça no chão.
Já dentro da unidade médica, os procedimentos de emergência foram iniciados. Segundo o relato do marido da vítima, o médico afirmou suspeitar de uma possível trombose.
Segundo relato do enfermeiro responsável pela triagem, ao retornar à UPA, a mulher estava “inconsciente e cianótica”. Por isso, ela foi colocada na cadeira de rodas. No trajeto, porém, uma roda saiu da rampa e a cadeira tombou. O enfermeiro relatou que tentou evitar que a cabeça da mulher batesse no chão, mas não conseguiu.
Nota do Iges-DF “O Instituto de Gestão Estratégica de Saúde (IgesDF) informa que a paciente foi atendida na Unidade de Pronto Atendimento de Brazlândia. Após ser avaliada e testar positivo para dengue, recebeu tratamento adequado, incluindo medicação e hidratação, e foi liberada com instruções para retornar se apresentasse sintomas preocupantes.
Posteriormente, a paciente retornou à unidade com episódios de desmaios. A equipe médica prestou assistência imediata, incluindo tentativas de reanimação, mas infelizmente a paciente veio a falecer. O corpo foi encaminhado ao Instituto de Medicina Legal – IML para investigação da causa do óbito.
O IgesDF lamenta profundamente o falecimento da paciente e expressa solidariedade à sua família. Continuaremos acompanhando de perto as informações sobre este caso.”
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