Depois das falas antissemitas do apresentador do Flow Podcast, Monark, coletivos judaicos pressionam patrocinadores para interromperem o financiamento do programa.
As empresas que aparecem durante o vídeo, que circula na internet são a Flash Benefícios e a Insider Store. Nas redes sociais, o Instituto Brasil-Israel questionou a loja de roupas. “É sério que vocês vão continuar patrocinando quem diz que ‘tinha que ter o partido nazista, reconhecido pela lei’ e que ‘se o cara quiser ser um anti-judeu, eu acho que ele tinha direito de ser’?
Daniel Douek, Diretor do Instituto Brasil-Israel, justificou a ação. “Pressionar plataformas e patrocinadores pelo estabelecimento de critérios e padrões de publicação, em vez de insistir na tentativa de convencimento daqueles que emitem discursos discriminatórios é muito mais efetivo. É a diferença entre atuar no varejo ou no atacado.”
Douek avalia que, na maioria dos casos, é difícil convencer uma pessoa com opiniões discriminatórias. “E nem haverá tempo para lidar com todos aqueles que se manifestam. Mas plataformas e patrocinadores normalmente não desejam associar sua marca a discursos de ódio.”
O coletivo Judeus pela Democracia também usou as redes sociais para cobrar os patrocinadores por uma ação. “Ideologias que visam a eliminação de outros têm que ser proibidas. Racismo e perseguições a quaisquer identidades não são liberdade de expressão.”
O grupo sugeriu ainda a mobilização do Sleeping Giants, movimento de consumidores contra o financiamento do discurso de ódio e notícias falsas, para pressionar os patrocinadores do Flow Podcast.
Entenda o ocorrido
O apresentador Monark, do Flow Podcast, defendeu durante o programa na noite desta segunda-feira (7) a existência de um partido nazista.
Em conversa com os deputados federais Tabata Amaral (PSB-SP) e Kim Kataguiri (Podemos-SP), Monark começou dizendo que a “esquerda radical tem muito mais espaço do que a direita radical” e, na sua opinião, “as duas tinham que ter espaço”.
“Eu sou mais louco do que vocês. Eu acho que tinha que ter partido nazista reconhecido pela lei”, afirmou.
A deputada, então, o interrompe e lembra: “Liberdade de expressão termina onde a sua expressão coloca a vida do outro em risco. O nazismo é contra a população judaica. Isso coloca uma população inteira em risco.”
Monark insiste e diz que “se um cara quisesse ser anti-judeu, eu acho que ele tinha o direito de ser”. E pergunta: “Você vai matar quem é anti-judeu? […] Ele não está sendo anti-vida, ele não gosta dos ideais [dos judeus].”
Tabata Amaral explica que o judaísmo não é um sistema de ideais. “O judaísmo é uma identidade, uma religião, uma raça.”
A declaração do apresentador causou indignação e revolta nas redes sociais. No Twitter, a página Judeus pela Democracia se pronunciou e afirmou que “ideologias que visam a eliminação de outros têm que ser proibidas”.
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Com informações do Yahoo!