Segundo investigações, interessados informavam as semanas de gravidez e o suspeito dava a dose do medicamento e o valor para o caso. Faturamento chegava a R$ 2 mil por semana.
O Ministério Público de Goiás (MP-GO) fez uma operação na terça-feira (14) contra a venda ilegal de medicamentos que provocam aborto e prendeu em Goiânia duas pessoas suspeitas de participar do esquema. Esses remédios eram vendidos por meio de um site na internet.
Veja também
Três jovens e três adolescentes morrem após carro cair de ponte, em Luziânia-GO
Além das prisões temporárias, os promotores cumpriram dois mandados de busca e apreensão de documentos na capital e um em Caldas Novas, no sul do estado.
De acordo com o MP, os interessados entravam em contato e a negociação acontecia por um aplicativo de mensagem. Os criminosos moram em Goiás e entregavam os medicamentos para todo o país.
“Os interessados informavam as semanas de gravidez e o suspeito dava a dose do medicamento e o valor para o caso, para a pessoa ter um aborto. Os valores ficavam em torno de R$ 200 a R$ 600, a depender da dose”, explica o promotor de Justiça Marcelo Crepaldi.
Continua depois da publicidade

O faturamento chegava a R$ 2 mil por semana, o que tornava o negócio lucrativo para os membros, conforme o promotor. A investigação apurou que as pessoas que buscavam o produto eram principalmente jovens em situação de desespero devido à gravidez não planejada.
Os crimes em apuração são o de venda de medicamentos sem licença da autoridade sanitária, o que configura crime hediondo, bem como o de associação criminosa e apologia ao crime.
Esquema
O promotor Marcelo Crepaldi explicou que o grupo operador do esquema era bem dividido em suas funções. Foram identificados pelo menos três cargos:
- Responsável pelo site;
- Responsável pela operação do site;
- Pessoas que emprestavam a conta bancária para receber os pagamentos.
A pessoa que atendia o cliente por meio de aplicativo de mensagem indicava uma conta para transferência dos valores. Essa pessoa, por sua vez, já descontava a parte dela e repassava o valor restante para o responsável pelo site.
“Todas as pessoas estavam cientes da origem do dinheiro e do esquema. Nenhuma delas têm formação em medicina ou qualquer tipo de habilitação para tratar com esses medicamentos”, acrescenta o promotor.
O promotor Fernando Cesconetto reforçou que os remédios são de uso controlado e só podem ser usados em hospitais e nos casos em hipóteses legais de aborto.
A prática é considerada crime no Brasil, segundo o promotor, exceto quando a gravidez representa risco de morte para a gestante, é consequência de um estupro ou quando o feto não possui cérebro.
Mais notícias dessa região acesse Imparcial Goiás
Com informações do G1