Chefe do Grupo Wagner, milícia usada pela Rússia na Ucrânia que se rebelou e ameaçou marchar sobre Moscou, disse que grupo recuou para evitar um derramamento de sangue de soldados russos.
Na primeira manifestação após o fim de um motim, o líder do grupo paramilitar Wagner, Yevgeny Prigozhin, disse, nesta segunda-feira (26), que a marcha em direção a Moscou, abortada após negociação com o governo russo, não tinha por objetivo derrubar o governo de Vladimir Putin, presidente da Rússia.
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“O objetivo da marcha era evitar a destruição do ‘Wagner’ e responsabilizar os funcionários que, por meio de suas ações não profissionais, cometeram um grande número de erros”, disse o paramilitar em uma mensagem de áudio de 11 minutos, divulgada pelo Telegram.
Prigozhin afirmou ainda que recuou para “evitar um derramamento de sangue de soldados russos”.
Desde o fim da mobilização não se sabe a localização exata de Prigozhin. O acordo feito com o governo russo previa que ele viveria em exílio em Belarus.
Investigação
Os serviços de inteligência russos estão investigando se as agências de espionagem ocidentais tiveram papel no motim de combatentes mercenários do grupo Wagner no sábado, disse o ministro das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, segundo a agência de notícias Tass, nesta segunda-feira.
Lavrov afirmou que a embaixadora dos Estados Unidos (EUA) no país, Lynne Tracy, conversou com representantes russos no domingo e deu “sinais” de que os EUA não estavam envolvidos no motim, mas que torcia para que o arsenal nuclear da Rússia fosse mantido em segurança, disse a Tass.
Ele também citou Tracy dizendo que o motim é assunto interno da Rússia.
Vários líderes ocidentais disseram que o incidente mostra que a instabilidade está crescendo no país, como resultado da decisão do presidente Vladimir Putin de enviar suas forças armadas para a Ucrânia no início do ano passado.
Questionado se havia alguma evidência de que os serviços de inteligência ucranianos e ocidentais estavam envolvidos no motim, Lavrov respondeu: “Trabalho em um departamento que não coleta provas sobre ações ilegais, mas temos essas estruturas e garanto que eles já entendem isso.”
Dúvidas sobre o futuro do Wagner levantaram questões sobre se o grupo continuará as operações em países africanos como Mali e a República Centro-Africana, onde suas forças desempenharam papel importante em conflitos internos de longa data.
Desde que a guerra na Ucrânia minou os laços e o comércio da Rússia com o Ocidente, o Kremlin também tem enfatizado seu compromisso com a África. Lavrov disse à RT que Mali e a RCA mantiveram contatos oficiais com Moscou paralelamente a suas relações com o Wagner, acrescentando: “Várias centenas de militares estão trabalhando na RCA como instrutores; este trabalho, é claro, continuará”. Lavrov também disse que as alegações ucranianas, de que a Rússia planeja encenar um ataque envolvendo liberação de radiação na Usina Nuclear de Zaporizhzhia, no Sul da Ucrânia, são “absurdas”, informou a Tass.
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Com informações do G1