Bolsonaro nega golpe em ato na Paulista e diz esperar ajuda externa

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Durante manifestação pró-anistia, ex-presidente afirmou que poderia ter sido preso ou morto em 8 de janeiro e citou articulações internacionais do filho Eduardo

O ex-presidente Jair Bolsonaro voltou a se manifestar publicamente neste domingo (6), durante um ato na Avenida Paulista, em São Paulo, convocado por ele próprio. O evento reuniu apoiadores vestidos de verde e amarelo e teve como principal pauta o pedido de anistia para os envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, quando as sedes dos Três Poderes foram invadidas e depredadas em Brasília.

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No discurso, Bolsonaro negou qualquer tentativa de golpe de Estado e buscou justificar sua ausência do Brasil na data dos ataques. “Se eu estivesse aqui em 8 de janeiro, eu estaria preso ou talvez morto”, declarou, referindo-se à sua viagem aos Estados Unidos em 30 de dezembro de 2022, dias antes do fim do seu mandato.

O ex-presidente também mencionou a situação de seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está licenciado do cargo e atualmente mora nos Estados Unidos. Segundo ele, Eduardo tem atuado no exterior mantendo contato com figuras influentes e, por isso, manifestou a esperança de que “de fora venha alguma coisa para cá”, insinuando a possibilidade de apoio internacional à sua causa.

A manifestação contou ainda com referências à cabeleireira Débora Rodrigues Santos, presa por participação nos atos de 8 de janeiro e por ter pichado a estátua da Justiça, em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF). Símbolos como batons, associados ao caso, foram usados por apoiadores em sinal de solidariedade. Débora já teve a prisão domiciliar concedida.

O evento teve a presença de governadores alinhados ao ex-presidente, como Tarcísio de Freitas (SP), Romeu Zema (MG), Ratinho Junior (PR), Wilson Lima (AM), Ronaldo Caiado (GO) e Mauro Mendes (MT), reforçando o tom político da manifestação.

Apesar da mobilização, Bolsonaro segue investigado em inquéritos que apuram sua suposta participação em articulações golpistas e ataques à democracia. Ele, no entanto, mantém o discurso de perseguição política e nega qualquer envolvimento direto.

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