Protesto indígena na Esplanada termina em confronto com polícia

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Manifestantes contra mudanças em direitos territoriais são dispersados com bombas de efeito moral; organizações criticam ação policial

Brasília, 11 de abril de 2025 – Um protesto de indígenas na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, terminou em tumulto nesta quarta-feira (10) após confrontos entre manifestantes e forças de segurança. A Polícia Militar usou bombas de efeito moral para conter o avanço do grupo, que reivindicava a garantia de direitos territoriais e a rejeição a projetos de lei que ameaçam demarcações.

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Tensão e Dispersão

O ato, organizado por lideranças de diferentes etnias, começou de forma pacífica, mas a situação se agravou quando parte dos manifestantes tentou romper barreiras policiais próximas ao Congresso Nacional. Em resposta, os agentes lançaram bombas de efeito moral – artefatos não letais, mas que causam forte estrondo e desconforto – para dispersar a multidão.

Vídeos compartilhados nas redes sociais mostram indígenas se protegendo da fumaça e corredores sendo abertos para evitar o cerco policial. Não há informações sobre feridos graves, mas organizações de direitos humanos relataram casos de sufocamento e pequenos choques físicos.

Motivos da Manifestação

Os indígenas protestavam contra propostas legislativas que podem restringir a demarcação de terras, como o chamado “marco temporal” – tese que limita o direito à terra apenas a áreas ocupadas por povos originários antes da promulgação da Constituição de 1988. Além disso, há preocupação com projetos que facilitam a mineração e o agronegócio em territórios tradicionais.

“Estamos aqui para defender o pouco que nos resta. O governo quer entregar nossas terras para ruralistas e mineradoras”, afirmou uma liderança presente no protesto, que preferiu não se identificar.

Reações e Críticas

Organizações como o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) e a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) condenaram o uso de força policial, classificando a ação como “desproporcional”. Já a Secretaria de Segurança Pública afirmou que “agiu dentro dos protocolos para preservar a ordem e a integridade de todos”.

O governo federal ainda não se pronunciou oficialmente sobre o ocorrido. Enquanto isso, os indígenas prometem manter a mobilização nos próximos dias, pressionando por negociações diretas com o Executivo e o Legislativo.

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